terça-feira, 31 de março de 2009

PESQUISA OBSERVATÓRIO DE SINAIS - pesquisa "Consumo em Tempos de Crise",


PESQUISA SOCIAL ODES 2009
CONSUMO
EM TEMPOS DE
CRISE
Resumo dos Resultados
© Observatório de Sinais, 2009
Sobre a pesquisa
A pesquisa ODES “Consumo em Tempos de Crise” teve tres etapas: uma pesquisa realizada com parte do cadastro do Observatório de Sinais; entrevistas em profundidade e analise comportamental; e uma pesquisa especifica de sinais socioculturais e de diversos setores do mercado.
Com essas acoes, o Observatório de Sinais pode estruturar um estudo mais amplo, que resultou no pacote de tendencias edicao especial TRENDS PACK: REDUZINDO RISCOS / MAPA DE NAVEGAÇÃO PARA A CRISE, especificamente idealizado para ajudar as empresas e instituicoes a navegar
na crise, sem correr grandes riscos e preparando-se para a retomada.
Informacoes sobre esse Trends Pack especial podem ser obtidas pelo telefone
(11) 5594-3628.

O que voce vai ler agora e um resumo dos principais dados da primeira etapa: a pesquisa com 514 cadastrados que responderam a um questionario enviado por e-mail, entre os dias 10 e 20 de fevereiro de 2009. O universo de pesquisados responde aos objetivos que o Observatório de Sinais tracou
para esta etapa da pesquisa, e o seu perfil pode ser assim resumido:
 514 respondentes
 54% sao mulheres
 46% sao homens
 Classes A e B
 Formacao superior
 Economicamente ativos
 56% tem entre 18 e 34 anos
 44% tem entre 35 e 64 anos
 75% moram nos estados de Sao Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Parana, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

Principais resultados
● 23% dos pesquisados dizem estar totalmente satisfeitos com sua vida,percentual que sobre a 89% somando-se as respostas parcialmente positivas. O grupo menos satisfeito e o das mulheres de 35 a 49 anos: apenas 20% se disseram totalmente satisfeitas.
● No computo geral, 76% concordam, em todo ou em parte, que haja uma correlacao entre satisfacao pessoal e consumo, ou seja, 24% negam, total ou parcialmente, essa ideia.
● Quando relacionamos o ato de comprar a uma das principais formas de lazer, 27% discordam totalmente dessa proposicao, e 41% discordam parcialmente.2
● A aceitacao da proposicao cai com o aumento da idade, fenomeno que ocorre entre os homens tambem.
● 100% das pessoas prognosticam alguma melhora na vida para daqui a um ano. Quando se trata de falar sobre o futuro mais distante, esse indice e menor: 30% tem certeza absoluta e 59% concordam mais do que discordam (somando 89%) de que estamos indo em direcao a um futuro melhor.
● Na hora de refletir e se posicionar sobre a etica capitalista, o resultado e um verdadeiro racha, quase um empate: 49% concordam total ou parcialmente que o acumulo continuo de bens e mercadorias ao longo da vida nao prejudica ninguem, e 51% discordam total ou parcialmente.
● Apenas 16% nao transigem e discordam totalmente que “nao sendo contra a lei, vale tudo para ganhar dinheiro”, percentual que sobe a 19% entre as mulheres e cai a 13% entre os homens. Somando-se a discordancia parcial, chega-se a 46% dos respondentes, ainda assim aquem da maioria.
● Nesse caso, ao contrario do ponto anterior, ha um contraste entre a posicao de homens e mulheres: no geral, os homens sao bem mais numerosos na aprovacao da assertiva – 62% contra 46% das mulheres.
● Com relacao ao consumismo, embora a maioria (57%) concorde em todo ou em parte que ele e parte da crise, e preciso olhar a outra ponta, pois, na media, cerca de um quarto dos respondentes (27%) nao concordam, em todo ou em parte, com essa correlacao.
● Ja com relacao a ganancia, a grande maioria, 88% a identificam como causa da crise.
● Quisemos saber como anda a avaliacao do individualismo entre os respondentes. Diante de uma proposicao sobre a autonomia do individuo em gerir a sua propria vida (o que pode ser considerado como uma definicao do proprio individualismo), 56% concordaram em todo ou em parte.
● Ao testar proposicoes sobre o individualismo em outro contexto – o das mudancas climaticas e a questao mais ampla da sustentabilidade -, esse individualismo manifesto e bastante matizado pelos pesquisados: sao 93% no geral a concordar em todo ou em parte com a ideia de que nossa vida no planeta esta interconectada com a de outros seres, irremediavelmente.
● A preocupacao com a sustentabilidade ja penetrou a tal ponto na visao de mundo dos pesquisados que eles ja sao 13% (homens e mulheres, todas as idades) a admitir terem seus habitos de consumo monitorados por terceiros em favor da preservacao do planeta. Alem disso, ha outros 25% de homens e 37% de mulheres que admitem discutir o assunto, somando 38% e 50%, respectivamente.
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● Introduzindo a ideia de empoderamento do individuo – outro pilar do individualismo - a concordancia e macica: 88% dos respondentes estao de acordo com ela, em todo ou pelo menos em parte.
● Sobre o tema do poder de mudar o mundo, investigamos ate que ponto o fenomeno Obama e seu mantra “Yes we can” se fazem presentes na visao do mundo dos entrevistados. Apenas 18% dos pesquisados concordaram sem restricao. A maioria, 63%, ate concorda, mas com restricoes.
● Por outro lado, somente 15% sao capazes de identificar, na ultima decada e
em termos mundiais, outro fato politico comparavel a eleicao de Obama. Essa porcentagem dobra (31%) entre as mulheres e os homens mais velhos.
● Com relacao a afirmacao “o Brasil e um pais subdesenvolvido”, as posicoes sao bastante divididas: 51% do total discordam total ou parcialmente. Entre as mulheres, esse percentual sobre a 57%. Entre os homens, cai a 46%.
● Sobre a crise economica, 30% acreditam que ela trara mudancas efetivas e duradouras no estilo de vida das pessoas. Somando aos 42% que responderam concordar em parte, chega-se a 72% do total.
● Apenas 30% dos entrevistados nao relataram alguma mudanca de habito em funcao da crise. Dos 70% que relataram mudanca, as referencias mais frequentes (29%) foram em relacao a um consumo mais consciente.
● 80% dos respondentes declaram-se prontos a mudar de marca ou de loja, dando adeus a fidelidade, se encontrarem um preco mais baixo com qualidade similar, e 79% admitem estar fazendo mais pesquisa de precos para comprar, por causa da crise.
● Ainda com relacao a mudancas efetivas e duradouras, 91% dos respondentes concordam, em todo ou em parte, que a crise fara emergir um consumidor ainda mais exigente, ao qual o mercado tera de se adaptar.
● 98% concordam que “a crise favorece a criatividade”. Ja na hora de aplicar essa ideia abstrata ao concreto da vida cotidiana, as coisas mudam consideravelmente de figura: 67% concordam em todo ou em parte que a crise vai criar oportunidades em seus respectivos campos de trabalho.
● Os apelos do governo Lula pela manutencao dos niveis de consumo nao surtiram o efeito desejado, a julgar pelos resultados da pesquisa. 57% dos respondentes discordam em todo ou em parte que consumir mais seja uma forma de combater os efeitos da crise na economia.
● Privilegiar produtos brasileiros para ajudar o pais a sair da crise parece correto a 84% dos pesquisados, que concordaram em todo ou em parte com a proposicao.
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● Quisemos conhecer o grau de expectativa dos respondentes com relacao ao tempo de duracao da crise no pais: 45% esperam que ela dure de 6 meses a 1 ano (a contar de fevereiro de 2009).
● E diante da afirmacao “o Brasil vai sair fortalecido da crise”, bastante repetida na midia ultimamente, apenas 14% concordam totalmente.
● Quando se trata de associar consumismo e aquecimento global, 89% admitem essa correlacao, se nao totalmente, ao menos em parte. Ainda assim, ha 13% de homens e 10% de mulheres, todas as idades confundidas, que discordam, total ou parcialmente, da proposicao.
● Apenas 24 pesquisados (menos de 5% do total) nao relataram nenhuma mudanca de habito por preocupacao com o futuro do planeta. Dos 95% que o fizeram, o recorde de citacoes e com relacao a agua (71%), seguida de perto pelo lixo (66%), depois pela eletricidade e a energia de modo amplo (42%).
● Em seguida, somando 32%, vem a expressao da preocupacao com empresas social e ecologicamente corretas (preferencia por produtos ecologicos, exigencia de certificacoes, preocupacao com origem, embalagens corretas e menos poluentes).
● No que se refere a origem dos produtos

Um comentário:

zé muleta disse...

Cristina, bem legal as informações dessa pesquisa, aliás, o observatório é alucinante sempre. Assim que a gente vê que metodologias inteligentes dão certo.